estudos em meu pe de laranja lima
“...Aquela pretinha do meu tamanho que a mãe enrola o cabelo dela em coquinhos e amarra com cordão.
— Sei. A Dorotília.
— É, sim, senhora. A Dorotília é mais pobre do que eu. E as outras meninas não gostam de brincar com ela porque é pretinha e pobre demais. Então ela fica no canto sempre. Eu divido o sonho que a senhora me dá
, com ela.
Dessa vez ela ficou com o lenço parado no nariz mui to tempo.
— A senhora de vez em quando, em vez de dar para mi m, podia dar para ela.
A mãe dela lava roupa e tem onze filhos. Todos pequenos ainda. Dindinha, minha avó, todo sábado dá um pouco de feijão e de arroz para ajudar eles. E eu divido o meu sonho porque Mamãe ensinou que a gente deve dividir a pobreza da gente com quem é ainda mais pobre.
Corporal-cinestesico
“...Quando vinha gente conhecida, ou mesmo Totóca, eu me abaixava. Segundo, porque ni nguém devia atrapalhar o mundo de conversas que a gente tinha para conversar.”
.
Intrapessoal
— Vamos ao que se trata.
Desenrolou os panos grudados no talho e fez um hum de impressionar.
Comecei a fazer um beicinho de choro. Mas o Portugu ês veio por trás me socorrer.
Sentaram-me em cima de uma mesa cheia de lençóis br ancos. Uma porção de ferros apareceram. E eu tremia. Não tremia mais porque o Português apoiou
minhas costas sobre o seu peito e me segurava os om bros com força e ao mesmo tempo carinho.
— Não vai doer muito. Quando acabar eu te levo para tomar um refresco e comer doces. Se tu não chorares eu te compro balas de figurinha de artista.
Então eu criei a maior coragem do mundo. As lágrima s desciam e eu deixei fazer tudo. Deram pontos e até uma injeção “antitet ânica” me aplicaram. Agüentei até a vontade de vomitar. O Português me agarrava c om força como se quisesse que a dor passasse um pouco para ele. Com o seu lenço e le enxugava meus cabelos e o rosto molhados de suor. Parecia que aquilo não acab
ava