Estudos Culturais Henry Giroux
NAS FACULDADES DE EDUCAÇÃO
Henry A. Giroux
Estudos Culturais X Pedagogia
Os modelos tecnocráticos ainda determinam as reformas e os programas educacionais; esses modelos promovem uma cultura de exclusão baseada em uma identidade nacional utópica, ignorando as múltiplas narrativas dos grupos cultural e politicamente subordinados; a educação ainda rasteja em uma tradição de anti-intelectualismo que considera mais importantes as questões de gerência e administração do que a construção de consciências no espaço público democrático que deve ser a escola; dessa visão tradicional emerge uma docência controlada, padronizada, disciplinar e com objetivos práticos e imediatos que culminam na certificação; as faculdades de educação andam na contramão dos Estudos Culturais, pois negam a diversidade cultural através de conteúdos estáticos em detrimento da dinamicidade histórica dos indivíduos que co-atuam no mundo globalizado;
o papel político dos educadores se esvai na obrigatoriedade de um comportamento e de um currículo que não consideram a variedade cultural da comunidade escolar nem propiciam a construção das identidades de forma democrática;
As possibilidades dos Estudos Culturais
Através dos Estudos Culturais é possível o distanciamento das formas metodológicas cristalizadas pela tradição eurocêntrica, pelo conhecimento disciplinar, pela alta cultura e pelo cientificismo; as atuais disciplinas acadêmicas não compatibilizam com a grande diversidade de fenômenos culturais e sociais que caracterizam um mundo pós-industrial cada vez mais hibridizado.
Pressupostos para a construção de uma pedagogia multicultural e multirracial:
os Estudos Culturais propõem o deslocamento das disciplinas tradicionais que valorizam uma “cultura comum” para campos inter-relacionais como a literatura mundial e comparativa, os estudos de mídia, ecologia, sociedade e tecnologia, e cultura popular; o papel da cultura de mídia na