Estudo
Êxodo rural e atracção urbana no Continente
0 presente trabalho avalia o poder de atracção ou de repulsão demográfica das várias unidades administrativas do Continente, até à escala concelhia, tendo em vista a determinação, em termos quantitativos, do êxodo rural e do afluxo urbano. Para isso, houve necessidade de conjugar as variações absolutas de população obtidas através dos Censos (cobrindo um período de 40 anos) com os saldos fisiológicos registados anualmente.
INTRODUÇÃO A fuga da população dos meios rurais e o afluxo às «urbes» não são objecto de recenseamento directo pelo Instituto Nacional de Estatística ou por quaisquer outros órgãos de administração pública em Portugal. Impossibilitado2 de conhecer assim, a partir de registos 1 ou inquéritos directos , o montante das partidas de população rural em êxodo de suas terras natais ou dos posteriores locais de efectiva presença humana, bem como o volume das chegadas aos «centros» ditos «urbanos» do Continente, resta ao estudioso dos factos demográficos o recurso a estimar por outras vias a grandeza ou vera amplitude de tais movimentos migratórios. O método que utilizámos parte do conhecimento da população presente dos distritos e concelhos à data dos recenseamentos, e da formação dos saldos fisiológicos que os mesmos experimentaram ano a ano.
1 Inexistentes, como vimos. 2 Inviáveis, à base dos recursos materiais, humanos e também de tempo disponíveis.
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A análise do presente estudo remonta ao período 1921-30 e fecha com 1951-60. Houve necessidade de recorrer, portanto, a valores de população presente, constantes dos seguintes recenseamentos : Censo da População de Portugal no 1.° de Dezembro de 1920 (6>° Recenseamento Geral da População); Censo da População de Portugal no 1.° de Dezembro de 1930 (7.° Recenseamento Geral da População); VIII Recenseamento Geral da População no Continente e Ilhas Adjacentes em 12 de Dezembro de 19kO; IX Recenseamento Geral da População no