Estudo
Segundo a historiografia oficial – visão eurocêntrica -, a passagem da Humanidade para Civilização ocorreu na fase Superior do estado de Barbárie, caracterizada principalmente pelo desenvolvimento da escrita. Porém, essa periodização seria arbitrária em se tratando de uma cronologia universal, pois, de acordo com esta mesma historiografia, em 1492, quando houve a descoberta do Novo Mundo pelos povos ditos há muito civilizados, alguns povos ameríndios encontravam-se em Bandos, caracterizando um estágio de Selvageria, mas em sua fase Superior; ainda neste mesmo critério, índios do Novo México, por exemplo, pertencem à fase Média do estado de Barbárie. Enfim, as culturas indígenas da América encontravam-se em diferentes estados segundo processos evolutivos ou periodizações universais, ponderando suas características. E ainda segundo Enrique Dussel, “havia uns cinco mil anos que as bandas nômades deram lugar a comunidades agrícolas”, que poderia, assim, significar civilização na dimensão de impérios e cidades-Estado. Estas culturas ameríndias saíram da Pré-História para a História quando foram consideradas os “aprendizes” de civilização, que assim decorre no séc. XVI, com a chegada do europeu, significando que sua totalidade se inseria numa “totalidade maior”: encontra-se aí com a História Universal, a História do Velho Mundo. Por fim, muitas vezes a História da América, no geral, é inserida em teorias, métodos e cronologias da Historiografia Europeia: ao passo que o projeto de totalidade tornou-se eminente, criou-se uma cultura eurocêntrica da História americana em nosso aprendizado.
Significado histórico da violenta interrupção da História dos “Povos Testemunho” na sua integração na “História Universal”: Historicamente, a interrupção destes povos aconteceu com o impacto da expansão europeia e seu encontro com a História Universal, no qual