estudo
XV Congresso Brasileiro de Sociologia
26 a 29 de julho de 2011, Curitiba (PR)
Grupo de Trabalho: Religião e Modernidade
Teodicéia em Movimento: Religiosidade Neopentecostal e Transformações Culturais
Pedro Célio Alves Borges (UFG)
Tiago Meireles (UFG)
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Teodicéia em Movimento:
Religiosidade Neopentecostal e Transformações Culturais
Introdução
Nos estudos sobre religião nas Ciências Sociais brasileiras, o neopentecostalismo tem sido um dos objetos que mais desperta a atenção dos pesquisadores. Uma ampla variedade de trabalhos tem buscado dar conta do fenômeno que, com notório crescimento nos últimos censos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), desafia as religiões chamadas tradicionais, dentre as quais, principalmente, o Catolicismo
(PIERUCCI, 2004). Diante da vastidão de respostas científicas a esse novo quadro, parte das quais consideradas no presente texto, se afirma, além da notória transformação no campo religioso nacional, a habilidade destes grupos em se adequar ao tipo de modernidade peculiar ao contexto brasileiro (TORRES, 2007; SANCHIS, 1997).
O presente artigo apresenta de forma breve resultados de pesquisa integralmente relatada em dissertação de mestrado defendida em março de 2011 no Programa de PósGraduação em Sociologia da Universidade Federal de Goiás (UFG). O interesse da investigação esteve na adaptabilidade do fenômeno neopentecostal aos cursos da modernidade contemporânea. Especificamente, preocupou-se com a afinidade que o neopentecostalismo demonstra ter, por meio do seu eixo doutrinário, a Teologia da
Prosperidade, com a estabelecida cultura de consumo de uma sociedade marcada pela globalização. Neopentecostalismo
Compreendida como uma maneira peculiar de interpretar os ensinamentos fundamentais do cristianismo, a Teologia da Prosperidade percebe o mundo como local de felicidade, onde seus adeptos apropriam-se das promessas divinas com vistas a desfrutar plenamente a vida –