Estudo do mobiliário europeu
O estudo do mobiliário europeu do século XVIII revela um momento de excelência. Os ateliês de fabricação de móveis de luxo, durante o século XVIII, atingiram um alto padrão de elegância e de perfeição técnica. A tipologia dos móveis ampliou-se quantitativamente, adaptados aos mais diversos usos, num processo de enriquecimento dos hábitos domésticos. As funções do mobiliário, neste período, tenderam a uma grande diversificação: mesas de bordar, mesas de jogos, mesas de chá e assim por diante. Pode-se dizer que, embora muitas significações das peças de mobília se tenham transformado, em seu conjunto, o século XVIII apresentou algumas das soluções definitivas, portanto trata-se do estudo de um repertório ainda corrente,uma das razões que levaram a tais soluções, pode-se dizer, reside no fato de que,pela primeira vez, apresentou-se uma compreensão mais exata das noções de conforto e luxo. O sentimento de conforto, como uma atitude consciente em relação ao corpo e à permissão para relaxar em ocasiões íntimas, como, aliás, a própria noção de intimidade, em detrimento da postura educada, parecem acentuar-se ao longo do Setecentos. Teve-se consciência da rigidez e do desconforto da etiqueta.Afirmaram-se, assim, as noções mais próximas às nossas de privacidade e conforto,assim como a concepção do que deveriam ser ambientes íntimos, em oposição ao espaço público e de mobiliário. Foi, portanto, em torno do estilo a que se denominou rococó que grandes esforços de reformulação de ambientes interiores de casas luxuosas se produziram, assim como uma grande ampliação da produção de conjuntos de mobília, ampliação no sentido quantitativo e qualitativo. Assim, como concepções de “obra de arte total”, a arquitetura de interior, os móveis e os objetos de decoração adquiriram um grau de integração como até então não se havia pensado. Como forma de adaptação ao corpo, os móveis de assento tornaram-se mais baixos e os estofamentos, como uma