Estudo de uma prática de análise de conteúdo
O presente trabalho desenvolve-se no âmbito da unidade curricular de Investigação Educacional, e perante o desafio de abordar, sob um ponto de vista reflexivo e crítico, a operacionalização da análise de conteúdo numa dissertação de mestrado, à luz dos conceitos e temáticas abordados nos seminários, optei por analisar o trabalho de investigação “O aluno na relação escola/família: perspectivas de directores de turma do terceiro ciclo do ensino básico”, de Paula Marques, realizada no âmbito do mestrado em Ciências da Educação – Área de especialização em análise e intervenção em educação, em setembro de 2010, Universidade Nova de Lisboa, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, com o objetivo de melhor compreender o papel de mediador que o aluno assume na relação escola e família, e que, apesar de não ser detentor de poder institucional, consegue influenciar a comunicação entre estas duas instituições.
Assim sendo, pretendeu-se colocar o enfoque nas razões inerentes à escolha desta metodologia pela autora do trabalho de investigação, refletindo acerca das potencialidades ou limitações desta abordagem qualitativa. Uma das maiores limitações aquando da realização deste trabalho prendeu-se com o facto de não ser disponibilizado em anexo o corpus de textos, entrevistas ou documentos orientadores, em que se baseou a análise de conteúdo, o que nos permitiria ter uma visão mais globalizante da informação recolhida, muito em especial neste trabalho que prima por ser totalmente aberto e rico em pormenores. Certo será que muito haveria ainda para dizer, mas foi meu propósito englobar nas páginas seguintes os conceitos e ideias presentes na tese em análise naquilo que considerei ser abrangente, conciso e essencial.
2. Contextualização concetual
Cada vez mais as ciências sociais e humanas afastam-se do predomínio do paradigma positivista e dos métodos de investigação quantitativa para se aproximarem do paradigma interpretativo, valorizador de uma