Estudo de casos
Os bastidores da entrada do Magazine Luiza no maior mercado do país — com a inauguração de 50 lojas em um único dia — são um exemplo do desafio do crescimento hoje enfrentado pelas empresas brasileiras
Lailson Santos
Luiza Helena, em São Paulo: tratada como celebridade pelos 2 000 novos funcionários Por Larissa Santana
EXAME No dia 9 de agosto, uma multidão de mais de 50 000 pessoas circulou pela rua Dona Primitiva Vianco, um dos principais centros comerciais de Osasco, na Grande São Paulo. Era véspera do Dia dos Pais. Além de desviar uns dos outros, os passantes tinham de tomar cuidado para não tropeçar em escadas, latas de tinta e nos pedreiros que se movimentavam intensamente na calçada em frente ao número 138. A obra naquele endereço, exatamente entre uma loja da Casas Bahia e outra da Marabraz, chamava a atenção de curiosos. “Aqui ao lado vai ser uma loja do Magazine Luiza. Mas ninguém sabe quando abre”, disse um vendedor da Casas Bahia. “Vai atrair clientes para todos nós”, afirmou um funcionário da Marabraz. Não é apenas em Osasco que obras do Magazine Luiza despertam curiosidade e expectativa — e certa dose de apreensão na concorrência. Atualmente, a rede que nasceu há cinco décadas em Franca, no interior de São Paulo, está na fase final de um projeto para invadir o mercado paulistano, o maior do país. Desde junho de 2007, o varejista articula uma tática inédita: a abertura, de uma só vez, de 50 lojas na Grande São Paulo e na Baixada Santista. Numa data ainda incerta e mantida sob sigilo, a rede terá — de um dia para outro — mais da metade dos pontos-de-venda da principal concorrente, a Casas Bahia, com 93 lojas na região. Segundo fornecedores, o suspense deve terminar em meados de setembro. “Nosso planejamento foi feito com muita antecedência e na surdina”, afirma Luiza Helena Trajano, diretora-superintendente do Magazine Luiza. A operação de guerra antes do Dia D envolve números