Estudo de Caso Ford EcoSport
Ford EcoSport: percepção versus realidade
Com tração 4x2, mas com cara de SUV (utilitário esportivo), o EcoSport surgiu para conquistar consumidores que sempre sonharam em ter um veículo desse último tipo. No Salão do Automóvel, em outubro de 2002, ele fez com que os olhos de muitos brilhassem. Tudo porque, para uma boa parcela de interessados, o sonho de ter um SUV finalmente se tornaria um desejo realizável. A Ford atendeu a essa expectativa lançando o EcoSport com um preço de entrada popular, na faixa de R$ 31.190, chegando a quase R$ 50 mil. Mas seria o EcoSport um verdadeiro utilitário esportivo?
O lançamento do segundo modelo Ford produzido no Complexo Industrial do Nordeste, em Camaçari (BA) - que desbancou a unidade de São Bernardo do Campo (SP) como a de maior representatividade no volume de produção -, foi apresentado à imprensa em fevereiro de 2003, em Manaus (AM), com direito a passeios de barco pelo rio Negro e test-drive em trechos de terra sem dificuldade na floresta amazônica. A escolha do local já mostrava o primeiro passo da estratégia de marketing para o EcoSport, um veículo que a Ford posicionou como tendo forte ligação com a natureza e a liberdade.
Tendo chegado em março às concessionárias, o veículo tinhas três opções de motorização e uma ampla faixa de preço, com infindáveis adversários. Com o propulsor 1.0 Supercharger (similar ao utilizado no novo Fiesta), direção hidráulica de série e preço de R$ 31.190 (com ar-condicionado custa R$ 33.329), o modelo brigava com os médios, como GM Astra e VW Golf, e com peruas com proposta mais esportiva, como é o caso da Fiat Pálio Weekend Adventure e Volkswagen, Parati Crossover. A pergunta era: será que o consumidor potencial de um médio e acostumado com mais potência estaria disposto a comprar um 1.0, mesmo que Supercharger?
“Sei que é possível que não, mas não posso perder o cliente que o EcoSport e só tem R$ 31 mil”, afirmou o diretor de marketing, vendas e serviços da Ford, Barry