Estudo de caso Embraer

Até a privatização da Embraer, a companhia tinha uma cultura típica de uma empresa de engenharia. Eles entendiam que para que as melhores aeronaves fossem fabricadas bastava utilizar uma tecnologia superior para obter sucesso. Porém na aviação como em qualquer mercado, não basta produzir o melhor produto com a melhor tecnologia se não houver clientes interessados em comprá-los. Esse era o velho paradigma da Embraer.

O mérito do então presidente Mauricio Botelho foi justamente mudar esse paradigma. Ou seja ajustar o modelo de negócio ao mercado de aeronaves com o foco no cliente. A partir dessa mudança, o cliente passou a ser o grande alvo da empresa. Isso pode ser observado nas reuniões com representantes de 40 das maiores companhias aéreas do mundao onde foi estimado que mais de 90% das sugestões apresentadas por seus diretores foram acatadas pela companhia que resultaram em aviões feitos sob medida.

Segundo analistas essa troca de comando representou uma aproximação ainda mais intensa com os clientes visto que Botelho estava a frente da área comercial da empresa e conhecia como ninguém os principais executivos das maiores companhias aéreas do mundo.

A mensagem do líder anterior era uma de sobriedade, trabalho duro e tradicionalismo que podia ser observado até nas vestes dos funcionários (apenas os funcionários do chão da fábrica não usavam paletó e gravata) porém uma imagem que era invejada e idolatrada ao ponto de funcionários acenarem e murmurarem à sua presença.

A imagem de Curado é de um sujeito afável e de trato fácil que cresceu ouvindo rock dos anos 70. Para manter a forma física, pratica corrida esteira e natação e considera um livro fundamental em sua vida o Novo Testamento. Desde que entrou para Embraer sempre foi tratado com Fred. Apenas sua mãe o chamava de Frederico e mesmo assim quando ela estava uma fera com ele.

Em suma com a mudança da presidência, a companhia ficou mais alinhada com os modelos de negócios atuais onde os