Estudo de caso alpargatas
MUDANÇAS NA DIREÇÃO DA SÃO PAULO ALPARGATAS
(Extraído do Livro Administração teoria e pratica no contexto brasileiro de Sobral & Peci)
CRISE NA SÃO PAULO ALPARGATAS:
Quando Fernando Tigre, ex- presidente da Jarí Celulose e ex- executivo da GE e da Alcoa (produtora de alumínio), assumiu a presidência da São Paulo Alpargatas, em 1.997, foi recebido com desconfiança pelos diretores e funcionários da empresa, uma das maiores produtoras brasileiras de calçados e produtos têxteis. Nomeado por Alcides Tápias, então presidente do Conselho Administrativo da Camargo Correa, grande construtora nacional e controladora da Alpargatas, com 37% das ações com direito a voto, Tigre foi incumbido de fazer a empresa crescer e voltar a gerar lucros.
Tápias acreditava ser preciso mudar a filosofia da organização, que conservava traços antiquados de administração que remontavam à época de sua fundação, em 1.907. Noventa anos mais tarde, o contexto em que a Alpargatas estava inserida era outro. O setor nacional de calçados e têxteis sofriam grande concorrência das empresas estrangeiras, principalmente das chinesas, após a abertura de mercado. A competição com indústrias brasileiras também era acirrada e exigia modernizações e reestruturações.
A estratégia das Alpargatas estava ultrapassada para as condições ambientais que enfrentava. A organização era ineficiente, a comunicação entre as divisões era falha e a centralização excessiva. O foco da empresa era a produção fabril e não as demandas do mercado. Além disso, quando Tigre assumiu o cargo, encontrou trabalhadores desmotivados, sem esperança quanto ao futuro da empresa. Todos esses motivos geraram estagnação das vendas e seguidos de prejuízos para a Alpargatas (23 milhões de reais em 1.968 e 88 milhões de reais em 1.997.
A empresa enfrentava dificuldades desde o final da década de 1.980 e, no inicio dos anos 90, houve uma tentativa de reestruturação gerencial. Foram implementadas mudanças para agilizar processos e