ESTUDO DE ARTIGO
O programa nacional do livro didático e as mudanças nos processos de avaliação dos livros de geografia. O Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), pela ação do Ministério da Educação, transformou o governo brasileiro no maior comprador de livros do mundo. Para o ano de 2007, as aquisições previstas superam a casa dos 120 milhões de exemplares e o valor negociado com as editoras, nas compras para o Ensino Fundamental, foi de R$ 456.706.333,38. Além disso, em grande parte das salas de aula, o livro didático tornou-se instrumento indispensável ao andamento das disciplinas e é o único material de leitura que adentra diversos lares brasileiros. Em 2007, especialmente, professores das séries finais do Ensino Fundamental de escolas públicas escolheram as coleções didáticas que serão adquiridas pelo PNLD para que os estudantes possam utilizá-las nos próximos três anos. Neste contexto, é oportuno o trabalho organizado por Sposito, que, dez anos após a primeira avaliação sistemática produzida no Brasil sobre os livros didáticos destinados à escola pública de Ensino Fundamental, faz uma revisão do processo de apreciação dos livros, apresentando importantes subsídios aos interessados em repensar a seleção das obras de História e Geografia e o próprio PNLD. A autora faz um balanço da trajetória dos sete PNLDs de Geografia e História e apresenta seis artigos e quatro depoimentos de pesquisadores e acadêmicos envolvidos no processo, fazendo um recorte temporal que enfatiza, sobretudo, o intervalo entre os anos de 1997 e 2005, com destaque para o período 2001/2004, em que a Universidade Estadual Paulista (UNESP) foi responsável pela Coordenação do PNLD. No primeiro capítulo, assinado pela organizadora do livro e coordenadora institucional dos PNLDs 2004 e 2005, afirma-se a importância dos processos de avaliação na contemporaneidade, enfatizando-se as políticas públicas