Estudo da tanatologia
*Luiz Tadeu Martins de Oliveira
Em seu leito de morte, Ninakawa recebeu a visita do mestre Ikkyu:
Necessitas que te guie nesta passagem?, Perguntou-lhe Ikkyu.
Vim só a este e só me vou, replicou Ninakawa. De que poderia servir-me a tua ajuda? Ikkyu respondeu: Se pensas que realmente vais e vens, esta é a tua ilusão. Deixa que te ensine a senda em que não há idas e vindas.
Com estas palavras, Ikkyu havia revelado tão claramente a senda que, com um sorriso, Ninakwa faleceu no ato.
Este koan (parábola) Zen pode ser pensado à luz dos conceitos quânticos, para ratificar a ilusão do conceito de morte como “idas e vindas”, especificamente trazendo à colação as ideias de Dana Zohar (filósofa e física quântica), autora do livro O Ser
Quântico.
Se você pudesse agora, neste instante, naturalmente com os próprios olhos, viajar aos abismos das partículas subatômicas que estão temporariamente coaguladas em volta deste “algo” que você chama de “eu”, poderia chegar numa dimensão
“material” de que perceberia que o núcleo atômico é um “campo”, um “colchão” de amortecimento de forças, isto é, lá não teria nada do ponto de vista material conhecido.
Ora, se do ponto de vista material você está “quântico”, pode-se imaginar que sua mão nada mais é do que energia coagulada, que, a qualquer momento, pode ser convidada a ser transferida para outro ser ou sistema natural, como o resto de “seu” corpo, a isto, as tradições chamavam de morte.
Bem, se morte como fim de algo já não existe mais, o nascer também nunca aconteceu... (!) Bem, por imaginação, se você não passará pela morte enquanto fim de algo, também não nasceu. Você tem a sensação de ter nascido, e terá a sensação de morrer. Calma, o que estou brincando com as ideias é de que se não morrerei, não vou para lugar algum, logo, também não nasci, não vim de lugar algum ou não sai de lá!!
Diante dessas reflexões, o que posso dizer a respeito do que é o ser humano?
Para mim, como convicção