Estudante
Os benefícios das plantas que melhoram o solo: elas adicionam nutrientes, protegem da erosão e reduzem a compactação.
No final de abril, as máquinas da Usina Costa Pinto, de Piracicaba, SP, tratavam de pôr abaixo uma extensa plantação que destoava, com suas flores amarelas, dos canaviais em torno. Os arbustos, com cerca de 2,5 metros de altura, eram deitados ao chão e triturados. Nada era colhido, mas para a usina a crotalária plantada naqueles 1.500 hectares tinha cumprido sua função. De novembro a abril, meses de fortes chuvas na região, ela tinha garantido a cobertura do terreno, protegendo-o, com seus galhos e raízes, da ameaça de erosão. O contraste entre o terreno protegido pela planta e as áreas vizinhas que ficaram descobertas, onde a chuva fez seus estragos, tornava visível o trabalho eficiente da crotalária. Foto acima (Luiz Carlos e Rubens, com feijão-de-porco: para recuperar o solo).
Na mesma época, em São Roque, no cinturão verde de São Paulo, os produtores de hortaliças Luiz Carlos Trento e Rubens Gadelha preparavam-se para derrubar uma plantação de 2,5 hectares de milho e feijão-de-porco. Mas não queriam colher nem espigas nem grãos. As plantas tinham sido semeadas como primeiro passo para melhorar o solo daquela área, muito degradado, preparando-o para receber uma lavoura de trigo no inverno. Mesmo o milho foi plantado pelo benefício que pode trazer à terra: ele produz grande quantidade de massa verde, que pode ser incorporada, enriquecendo o terreno. Já o feijão-de-porco não só acrescenta matéria orgânica com sua massa. Suas raízes trabalham no subterrâneo, reduzindo a compactação do solo.
Feijão-de-porco
Nesta foto (Fernando Torre, com mucuna: adubo verde reduz gasto na irrigação). Crotalária e feijão-de-porco são nomes ainda pouco familiares para muitos agricultores brasileiros. Assim como o labe-labe, a mucuna anã, a ervilhaca, a aveia preta e as muitas outras integrantes da relação de plantas que são úteis menos pelas