Estudante

Na Natureza Selvagem, Jon Krakauer

Análise Pessoal

Podemos dizer que Chris McCandless era um jovem que não se ajustava aos padrões culturais e ideológicos de seu país, geração e família. Se formos seguir em ordem cronológica a sua vida, o que não acontece no livro de Jon Krakauer, podemos observar que Chris cresceu nos Estados Unidos, vivendo sua infância nos anos 70 e sua adolescência nos anos 80. Seus pais, jovens ambiciosos, buscando o seu “sonho americano” deram à ele o que achavam que era necessário para uma pessoa: estabilidade financeira, educação formal, uma casa grande, etc. Podemos perceber na descrição de seu personagem que ele tinha uma carência afetiva acentuada, e essa obstinação dos pais em serem bem sucedidos financeiramente e transmitir tais valores à ele foi interpretada como frieza e talvez causava até asco no, ainda então, menino.
Suas ideias e ambições foram moldadas por autores como Jack London, Tolstói e Thoureau, autores que transmitiam a noção de busca da essência real do ser humano, que valorizavam a vida na natureza, transcendentalistas, que valorizavam a busca do homem nele mesmo. Ideias que podemos analisar aos olhos de uma pessoa que cresceu durante a Guerra Fria nos Estados Unidos como absurda, impossível e, principalmente, utópica.
Sempre inclinado à aventura, na adolescência atravessava o país ao estilo de Kerouac: sem dinheiro, sem rumo (porém, sem as drogas e sexo). Numa dessas viagens ele descobriu que o pai tinha tido uma família da qual desconhecia, que a sua mãe era a segunda esposa de seu pai. Neste momento percebemos como Chris era intransigente, irredutível, com a fibra moral bem rígida, podemos ver exacerbação em tais características que são bem comuns na adolescência. No entanto, este fato definiu a sua trajetória, o fez afastar cada vez mais de sua família e mergulhar em seu mundo particular, remoendo livros e ideias sobre o que foi a sua vida e o que queria que ela fosse.
Chris começou a planejar sua grande