Estudante
IV. QUARTO GRAU:
O CONHECIMENTO SENSÍVEL
ÉTIENNE, Gilson. Introdução ao estudo de SANTO AGOSTINHO.
“Imediatamente acima da vida pura e simples, a alma que se eleva em direção a Deus encontra o conhecimento sensível. A teoria da sensação é uma das que melhor permite discernir o que há de distinto na concepção agostiniana de homem.” (p. 119)
“Todo conhecimento de qualquer coisa material é engendrado simultaneamente por nós, que o conhecemos, e pela coisa é conhecida.” (p. 119)
“[...] a posição de Agostinho é determinada por sua concepção acerca da união entre alma e corpo, [...], a relação dessas duas substâncias é uma relação de artesão com utensilio, ou de artista com o instrumento.” (p. 120)
“Dá-se o nome de sensação a toda paixão sofrida pelo corpo quando ela não é ignorada pela alma e não lhe escapa.” (p. 121)
“Dizer que as sensações são paixões sofridas pelo corpo é simplesmente lembrar-se de um fato bem conhecido, a saber, que só há sensação numa ação exercida de fora por um objeto sobre um órgão sensível: a luz sobre o olho, o som sobre a orelha e assim os outros sentidos.” (p. 121)
“[...] a alma se encontra em estado de não-ignorância por sua virtude cognitiva própria, e, então, diz-se que ela alcança a ciência; ora ela se encontra devido a uma paixão que seu corpo sofre, e, então diz-se que ela tem a experiência de uma sensação.” (p. 122)
“Longe de merecer o titulo de ciência, a sensação tem total relação com o conhecimento e com o espirito, enquanto os sensíveis, ao contrario, encontram-se inteiramente relacionado ao corpo.” (p. 122)
“De início, a natureza dos sensíveis não poderá mais ser concebida senão como excluindo toda sensação bem como toda sensibilidade. Se dizemos que o mel é doce, não é porque ele mesmo sinta a doçura, mas porque nos faz senti-la quando o degustamos.” (p. 123)
“[...] os sensíveis contêm em si a causa da sensação, mas não a sentem em nenhum grau.” (p. 123)