Estudante
As questões de Gênero e as Diferenças Culturais nas Escolas Brasileiras
Com a incorporação de gênero, como categoria analítica, tem-se procurado demonstrar que os comportamentos ou valores que são aceitos em uma sociedade, num determinado momento histórico, podem ser rejeitados em outros períodos. Assim, destacar as diferenças, a partir do reconhecimento de que a realidade histórica é social e culturalmente constituída, tornou-se um pressuposto para entender essa categoria, permitindo perceber a existência de processos históricos diferentes e simultâneos, bem como, abrir um leque de possibilidades de focos de análise.
No final da década de 1990, a temática gênero ganhou espaço nas propostas educacionais brasileiras, mais especificamente por meio dos PCNs. Eles foram elaborados pelo MEC[3]e publicados em 1997.
A abordagem das questões de gênero faz parte do tema Transversal "Orientação Sexual" e justifica-se mediante a necessidade de crianças e jovens refletirem sobre os esterótipos, os papéis sociais atribuidos para cada sexo na escola. O conceito de gênero é definido nos PCNs como:
O conjunto das representações sociais e culturais construídas a partir da diferença biológica dos sexos. Enquanto o sexo diz respeito ao atributo anatômico, no conceito de gênero toma-se o desenvolvimento das noções de masculino e feminino como construção social. O uso desse conceito permite abandonar a explicação da natureza como a responsável pela grande diferença existente entre os comportamentos e lugares ocupados por homens e mulheres na sociedade. Essa diferença historicamente tem privilegiado os homens, na medida em que a sociedade não tem oferecido as mesmas oportunidades de inserção social e exercício de cidadania a homens e mulheres. [...] reivindica-se a inclusão da categoria gênero, assim como etnia, na análise dos fenômenos sociais, com o objetivo de retirar da invisibilidade as diferenças