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Conclusão
Neste trabalho, investigamos os determinantes de longo prazo de instituições locais e seus efeitos sobre o desenvolvimento econômico no Brasil.
Mesmo em um contexto macro-institucional constante e controlando para um amplo conjunto de variáveis geográficas, as instituições analisadas parecem estar relacionadas a diferentes heranças coloniais bem como algumas de suas dimensões apresentam efeitos significativos sobre o desenvolvimento econômico local. Nossa abordagem se beneficia de duas características peculiares do
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0510685/CA
contexto empírico analisado. Primeiramente, restringir a análise para um único país permite investigar dimensões específicas de instituições locais. O caso brasileiro, em particular, permite que tais instituições captem efeitos do ambiente institucional de facto, uma vez que as instituições de jure são centralizadas e determinadas a nível nacional. Em segundo lugar, estudamos os dois principais ciclos econômicos coloniais: cana-de-açúcar e ouro. Ambos os ciclos são relativamente bem definidos em termos cronológicos e geográficos e não foram condicionados por características socioeconômicas preexistentes das áreas afetadas. De tal modo, esses eventos históricos são utilizados como fonte de variação exógena para analisar efeitos de longo-prazo do passado colonial nas instituições locais de hoje e identificar os efeitos destas sobre o desenvolvimento dos municípios.
De acordo com os nossos resultados, áreas afetadas pelos ciclos no período colonial têm instituições piores hoje. A maneira específica pela qual cada legado histórico atua nas instituições atuais é consistente com as características socioeconômicas e políticas desses episódios. Especificamente, municípios cujas origens estão ligadas à sociedade polarizada e oligárquica do ciclo do açúcar são caracterizados, atualmente, por uma desigualdade de distribuição de terra mais acentuada e por uma alta concentração