Estudante
Por um lado concordo com Ricardo Araújo Pereira, pois a sinceridade pode ferir os sentimentos das pessoas, por isso é muitas vezes desnecessária. Se não for indispensável apontar um defeito em alguém o melhor é optar pelo silêncio. É portanto preciso saber distinguir o que é necessário, ou não, dizer. Isto é, saber filtrar o que nos vai na mente, de modo a não ferir ninguém. Como constatado por Ricardo Araújo Pereira, saber viver em sociedade trata-se precisamente de ter a noção de quais pensamentos não devem ser revelados. Ao fazer tal coisa, não se trata de mentir. Podia-se pensar que Fernando Pessoa mente nos seus poemas. Porém, Pessoa limita-se a intelectualizar os seus sentimentos. Escrever sobre eles depois de os ter racionalizado, num momento posterior ao dito sentimento. Desta forma, quando escreve, as suas emoções não interferem com a escrita. O fingimento trata-se de uma criação poética, não de uma mentira. Podemos então dizer que Fernando Pessoa é sincero nas suas obras.
No entanto, acho que a seleção cuidadosa do que se diz deve ser executado principalmente com pessoas com quem não se tem muita confiança. Para mim, a sinceridade é uma qualidade fundamental que procuro nos meus amigos. Prefiro saber a verdade, nem que seja desagradável, do que nunca saber o que pensam em relação a mim. Para além do mais um amigo nunca apontaria um defeito com o objetivo de me ferir, mas sim com o intuito de querer o melhor para mim, e me ajudar a ser uma melhor pessoa. Por isso, considero a sinceridade nos amigos uma qualidade essencial. Para concluir, podemos dizer que a sinceridade pode ser vista como uma qualidade ou não, dependendo do contexto. Para viver em sociedade, muitas vezes é melhor optar pelo silêncio, porém, entre amigos, a sinceridade