Estudante
Tendo o Estado o poder de punição contra quem contraria suas regras, àquele que as respeita resta a proteção estatal contra os violadores – contra os que têm condutas irracionais, que somente prezam a sua própria liberdade e menosprezam a dos outros.
No caso dos exploradores, por mais que estivesse dentro de um território estatal, consequentemente sob seu poder, estavam fora do alcance da sociedade, estavam presos não somente em uma caverna, mas dentro de uma situação de medo e necessidade. Seu único contato social era o rádio, mas o Estado ao invés de aproveitar o instrumento como um meio eficiente de comunicação, fez dele um instrumento de silêncio, pois das perguntas e pedidos feitos pelos exploradores, poucas foram atendidas e quase nenhum, atendidos.
Quando os membros da expedição de salvamento não responderam aos explorados presos, sobre o que achavam do fato de um dos seus companheiros ser sacrificado para a subsistência dos demais e sobre os métodos empregados para decidir quem iria para o sacrifício, os exploradores viram-se descobertos pela tal proteção do Estado, logo, provavelmente, deveriam estar descobertos de suas regras também. Tal fato seria, então, o mínimo de dignidade que o Estado lhes deveria garantir, sendo assim, tudo o que acontecesse naquele estado de necessidade, dentro daquele local inalcançado pelo Estado, deveria ser de inteira competência daquela pequena sociedade formada por cinco