Estudante
A beta-oxidação é a via de oxidação dos ácidos graxos. Esta via ocorre na matriz mitocôndrial e sua função é produzir acetil-coa que será utilizado no ciclo de krebs, da mesma forma que o acetil-coa gerado pela glicólise.
Esta via funciona degradando a cadeia carbonada do ácido graxo em ciclos, e cada ciclo é formado por uma seqüência de quatro reações que no final gera uma molécula de acetil-coa. Portanto a cada ciclo é gerada uma molécula de acetil-coa. A quantidade de acetil-coa gerado vai depender do tamanho da cadeia de carbonos, pois é isso que determina a quantidade de ciclos.
A beta-oxidação é uma via importante, pois permite a utilização da energia da gordura armazenada no corpo em diversos locais. O músculo utiliza esta energia de degradação de ácidos graxos, e além disso no fígado a energia liberada pela beta-oxidação é utilizada para a realização da gliconeogênese. É importante notar que ácidos graxos em sua maioria não são precursores de glicose no corpo humano por não termos enzimas que permitam tal tipo de reação. O que a beta-oxidação promove para a gliconeogênese é energia para a realização da gliconeogênese, e não um substrato para a formação de glicose. Isso acontece porque a maioria dos ácidos graxos de nossa dieta possuem cadeias pares de carbonos, que apenas geram acetil-coa com sua oxidação como foi visto acima, e não conseguimos sintetizar glicose a partir do acetil-coa. Somente conseguimos gerar glicose a partir de ácidos graxos de cadeia de carbonos ímpares, por estas produzirem no final o succinil-coa que é um intermediário do ciclo de krebs. No entanto a quantidade de ácidos graxos de cadeia ímpar é muito pequena em nossa dieta, portanto quase não influenciando no processo da gliconeogênese.
A entrada dos ácidos graxos no interior das mitocôndrias requer primeiro a transformação dos ácidos graxos em acil-coa, depois em acilcarnitina que é translocada para dentro da matriz mitocondrial pelo transportador