estudante
As Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) têm uma importância histórica muito significativa no Brasil. As consequências sociais e políticas destes grupos vinculados à teologia da libertação1 são muito relevantes. As CEBs são caracterizadas por Burdick
(1998), como sendo “congregações Católicas nas quais o clero e os agentes pastorais estão engajados, de uma forma ou de outra, em esforços para despertar a consciência política e social ”(p. 11).
Para ele, o aspecto mais marcante das CEBs é a presença dos grupos de reflexão, nos quais, com ajuda dos manuais ou pequenos folhetins católicos, e às vezes com ajuda de um agente pastoral, os “membros lêem a Bíblia juntos, discutem suas implicações no que diz respeito ao dia-a-dia de suas vidas, e são inspirados tanto na direção da justiça social quanto por ela mesma”. (BURDICK, 1998, p. 11).
As CEBs são consideradas unidades muito importantes para a divulgação das idéias da teologia da libertação. Segundo Burdick (1998), muitos têm considerado esta mobilização católica como o mais revolucionário movimento católico desde a Reforma:
1 Em boa parte das CEBs, a legitimidade e inspiração teológica eram buscadas na teologia da libertação, segundo a qual deve haver uma necessária relação entre a teologia e contextos socioeconômicos. Essa assertiva corrobora com a “opção pelos pobres” cujo postulado é que “embora Deus ame igualmente os pobres e os ricos, favorece os pobres em sua luta pela libertação das estruturas opressoras do capitalismo, criados pelos ricos” (THEIJE, 2002, p. 23). Assim, é postulado importante na teologia da libertação o fato de que a salvação “deve ser encontrada nesta vida: não é um prêmio a ser obtido após a morte” (ibid, p. 23).
Comunidades eclesiais de base Fabrício Roberto Costa
INTRATEXTOS, Rio de Janeiro. vol 2, nº 1, pp 33 – 50, 2010.
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Contrariamente à Igreja pré-conciliar, a ortodoxia pós-Vaticano II declara que
Deus não sente necessidade de testar o amor de Seus