Estudante
A CIVILIZAÇÃO ESCOLAR COMO PROJETO POLÍTICO E PEDAGÓGICO DA MODERNIDADE: CULTURA EM CLASSES, POR ESCRITO
CARLOTA BOTO
Carlota Boto desenvolve seu artigo apoiando-se em conceitos de diversos estudiosos, que se dedicaram a estudar os comportamentos pedagógicos no ambiente acadêmico.
A autora aborda aspectos sociais e históricos que contribuíram na formação de hábitos culturais na civilização ocidental, discorrendo sobre concepções criadas ao decorrer do tempo dentro da escola desde a Idade Moderna. A intenção do artigo é mostrar como estrutura-se um projeto político e pedagógico, exibindo conceitos teóricos, que foram desenvolvidos por estudiosos para aprimorar o ensino dentro das escolas.
Dentre os diversos aspectos exibidos no artigo, reforçados com pensamentos, conceitos ou teorias de estudiosos de épocas passadas, alguns se destacam; como o ponto em que a autora expõe o propósito iluminista em não só fazer frente à rigidez pedagógica do colégio, mas também de chegar a uma "transformação da vida social e política, em suas hierarquias e fronteiras", pois na época, a educação cristã reformada detinha as diretrizes dos paradigmas da educação acadêmica, o que acarretava em hábitos e crenças fundamentadas em doutrinas e pensamentos religiosos dentro das salas de aula.
A maior intenção iluminista seria estabelecer a pedagogia como uma ciência específica da educação – o que veio a acontecer no século XIX. O propósito da pedagogia era quebrar conceitos firmados por tradições e costumes, estabelecendo "conceitos teóricos e procedimentos metodológicos" que visavam a preparação do caminho para gerações futuras.
Segundo o sociólogo Durkheim – considerado um dos pais da sociologia – existia uma ambiguidade no gesto iluminista, pois criava uma homogeneidade – geraria um padrão de ensino mais amplo na educação –, mas também, agia para consolidar distinções, pois a ampliação geraria diferença no processo de educação de indivíduo para indivíduo. O