Estudante

Dom Casmurro é uma obra do renomadíssimo escritor brasileiro Joaquim Maria Machado de Assis, nascido em 1839 no Morro do Livramento, Rio de Janeiro. Esta obra pertence ao seu período realista e mostra de forma clara seu estilo irônico e pessimista, também retratado nos seus outros livros realistas como “Memórias Póstumas de Brás Cubas” e “Quincas Borba”.
Quando se lê pela primeira vez, nos sentimos confusos com tal situação: Capitu traiu ou não Bentinho? Um fato a ser levado em consideração é que a história só é contada pelo lado de Dom Casmurro, apelido adquirido por Bentinho após a velhice por um poeta. Com isso não é possível dizer o que realmente aconteceu, pois Bentinho era ciumento e obviamente descreveria a história de forma a acusar Capitu e não levar em consideração os fatos. Mas, deixando de lado a trama Machadiana, o verdadeiro objetivo do autor não era descrever um conto que traria fama e riquezas, mas sim que retratava a realidade da mente humana perante uma situação de desespero e angústia, como a de Bento.
Desde o começo da trama, o autor deixa claro que Capitu era manipuladora e parafraseando um dos personagens, “com seus olhos de cigana oblíqua e dissimulada”. Mas isso não pode ser evidenciado como prova ao ver que Bentinho é o narrador, sendo suspeito de tal dito. Assim, ao longo da história, Bentinho só deixa claro que já estava em sua velhice como um louco desamparado, tentando provar a si mesmo que o que passara era culpa de Capitu e não sua.
Machado não deixou nenhuma pista para que o questionamento de todos ao lerem este livro fosse sanado, talvez para deixar certo suspense na trama e conseguir uma atenção especial dos críticos literários. Mas uma coisa é certa: conseguiu com isso fãs em todo o mundo, tendo seu livro traduzido em várias línguas, além de conseguir ótimas críticas. Com isso, seu livro se tornou um clássico da literatura mundial e consegue alcançar a atenção de gerações muito distantes de quando ele foi lançado.