Estudante

BOSI, Alfredo. Cultura brasileira e culturas brasileiras In: Dialética da colonização. São Paulo: Companhia das Letras, 1992. P.308-345.

Em seu ensaio sobre a cultura brasileira Alfredo Bosi inicia dizendo que não há cultura no singular, mas sim no plural, portanto seria a cultura brasileira constituída de “culturas” (no plural), ao longo de seu discurso Bossi vai explanando algumas delas.
Bossi segue seu ensaio dissertando sobre a cultura que ele chama de “Cultura Universitária”, que tem base no ensino superior. Bossi faz criticas contra o estruturalismo imposto no ensino na década de 60 que envolveu também o ensino superior, uma vez que houve uma redução no ensino das ciências humanas no currículo educacional, Bossi usa como exemplo o desaparecimento da disciplina de filosofia do currículo nacional na década de 70, e cita também o ensino de alguns idiomas que também foram retirados do currículo.
Após explanar a cultura universitária ou erudita, o autor segue seu discurso falando sobre a cultura fora da universidade, considerando que a cultura brasileira sendo tão difundida extrapola o universo acadêmico e atinge outras áreas, mesmo que de maneira minoritária através da indústria cultural, que se caracteriza pelas mídias em massa que difundem “receitas” com forte apelo sentimental, agressivo, erótico, medo, fetichismo, curiosidade, aos consumidores desta indústria, que geralmente é constituída pelas classes minoritárias, ou seja, as classes mais pobres que constituem a cultura popular brasileira.
Por fim Bossi estabelece relações entre os vários modelos de cultura que apresentou durante seu ensaio. Concluindo que deve haver uma cultura fundamental, sendo essa baseada no cotidiano e disseminada através da educação citando Paulo Freire, que em sua obra a Pedagogia do Oprimido propõe uma educação para liberdade e não formulada e estabelece uma relação entre a literatura brasileira e a formação da cultura.