Estudante

A ERA DO USUÁRIO: CROWDSOURCING & CROWDFUNDING INOVANDO A PRÁTICA JORNALÍSTICA

Vivemos em uma época de convergência cultural e midiática, época da tecnologia que se desenvolve cada vez mais rapidamente. Nesse contexto, diversas profissões tiveram que ser reinventadas, mas provavelmente, nenhuma sofreu tantas modificações quanto o Jornalismo. Há diversas opiniões a respeito do que a internet tem a oferecer à prática jornalística – contribuição? O fim da profissão? As análises feitas por estudiosos até agora não dão muitas respostas conclusivas, mas pensar a respeito é sempre importante. Uma das grandes possibilidades de trabalho na Web 2.0 é citada no texto “Interações Mediadas e Remediadas: Controvérsias Entre as Utopias da Cibercultura e a Grande Indústria Midiática” de Alex Primo – o crowdsourcing – e se trata da colaboração do público para a construção de conteúdo midiático. O Catarse – uma plataforma que permite a arrecadação de verba online para custear projetos (crowdfunding) – é um exemplo de contribuição feita por usuários. Somente os projetos que despertam interesse do público acabam recebendo doações suficientes e saindo do papel, o que explicita o poder do usuário na construção midiática atual, tomando o palco central antes ocupado pelas grandes empresas. Não estamos vivenciando um apocalipse capitalista, com uma forma justa de circulação de riquezas, como muitos sugerem. Ainda existem problemas correspondentes a como tornar o negócio sustentável, mas as constantes inovações não devem ser deixadas de lado.
O nicho jornalístico do crowdfunding mundial, no entanto, parece ter sofrido um pouco nos últimos anos, com o fechamento de plataformas e forçamento de renovação de outras, como o próprio Catarse. Dentre os motivos possíveis para a pequena crise, talvez seja apropriado citar a dificuldade de encontrar o jeito certo de continuar a fazer jornalismo numa época de mudanças drásticas na comunicação, o que reduziu o volume de projetos e de pessoas