Estudante
Miguel León-Portilla introduz em sua obra no subtítulo Os testemunhos quéchuas da conquista, um trecho da obra de Guamán Poma intitulada El Primer Nova Crónica y Gran Goberno, segundo Portilla escrita pelo “andarilho cronista indígena” e já inicia comentando que o referido texto foi escrito de modo híbrido de espanhol e quéchua, demonstrando assim que este retrata a visão do nativo sobre a conquista, tecendo comentários sobre a reprovável conduta dos cristãos, narrando como se deu o encontro destas duas culturas e a supressão de uma pela outra, resultando em considerável perda de vida do lado dos Incas e o desaparecimento de grande parte do patrimônio cultural, restando apenas ruinas em memória de áureos tempos Incas.
Outro dado importante segundo Guamán, é a informação de que havia 160 soldados espanhóis e o dobro de 100 mil índios no encontro em Cajamarca, o que pode parecer aleatório, no entanto, é um indicativo de que havia realmente uma superioridade esmagadora no contingente indígena em comparação com os castelhanos, além disto, temos certeza de que os conquistadores eram em sua maioria militares e temos a menção de apenas um clérigo da ordem de São Francisco o Frei Vicente, disto podemos deduzir que o interesse da Espanha era a efetiva conquista do território, submissão dos povos autóctones, imposição de seu estilo de vida, religião, legislação, tributação principalmente e estabelecimento de uma forma de economia baseada na “mineração, coleta e espoliação de metais preciosos como o ouro e a prata”.
Na primeira parte do capítulo – Os testemunhos Quexuas da conquista – é mencionado algo como uma “febre do ouro” que estaria influenciando de modo generalizado o imaginário e as pretensões dos conquistadores em contrapartida ao modo de vida dos índios que não teriam esta visão de supervalorização do ouro e da prata, nem a avareza dos homens castelhanos, mesmo sabendo que eram algo valoroso e que despertava nos espanhóis um sentimento de