Estudante
No centro da análise, temos as categorias de sistema-mundo e economia-mundo na formação histórica do capitalismo, que tem seu início marcadamente na Europa Ocidental e em parte das Américas e que, já desde o século XIX, inclui todo o planeta. Ao longo de sua formação, mostra Wallerstein, mudam os centros hegemônicos do capitalismo, mas há sempre posições centrais e periféricas, avançadas e dependentes. A conclusão que daí deriva vai contra todo otimismo pregado por desenvolvimentistas tradicionais, que acreditam no desenvolvimentismo como um processo nacional, diante de um sistema-mundo da economia global formada pelo capitalismo, colocando a impossibilidade de países mais atrasados alcançarem níveis evolutivos compatíveis com os países ricos e mais desenvolvidos. Destarte, como o jogo de posições no sistema-mundo do capitalismo não tem base nacional, seja na esfera das políticas públicas, seja na estrutural-social ou na de valores culturais, resulta que a economia-mundo, mesmo que sempre contraditória e crítica, tem uma hierarquia constante, embora, entre eles, os Estados hegemônicos possam trocar de posição. Ou seja, a formação do capitalismo é indissociável de um sistema interestatal, nunca é de Estados nacionais isolados e independentes, capazes de controlar o processo básico do desenvolvimento econômico.