estudante
A estudiosa Vitule (1999, p. 39) exemplifica uma atitude etnocêntrica que pode ocorrer no cotidiano de uma viagem, caso um determinado viajante, que entre em contato com outras culturas não se desfaça de seus pré-conceitos e pré-julgamentos em relação ao “Outro” (a cultura a ser visitada na prática turística, por exemplo):
O viajante leva em sua bagagem roupas, mapas e guias turísticos. Estes objetos dizem respeito a uma preparação, que é anterior a viagem: de acordo com o clima e com a programação, o viajante escolhe o tipo de roupa que irá usar; seleciona, de antemão, o roteiro e a duração da viagem, como também os locais a serem visitados. A bagagem do viajante está, em certo sentido, carregada de significados, de valores e de representações que dizem respeito ao seu ambiente, à sua própria cultura. Aparentemente, o viajante está pronto para conhecer outros lugares, outros costumes, outros povos. De fato, a preparação anterior à viagem limita seu olhar em direção ao “outro”. Na bagagem, o viajante leva também pré-conceitos, pré-noções, pré-julgamentos em relação ao “Outro”, formulados a partir de seus valores culturais, de forma consciente ou inconsciente.
Os problemas decorrentes das atitudes etnocêntricas foram diagnosticados por Franz Boas, bem no final do século XIX e início do século XX, quando fez uma importante crítica ao método comparativo.
No entanto, ainda são presenças constantes na atualidade de nossa cultura brasileira e de muitas