estudante
Prof. Dr. Sergio Britto Garci
DILEMAS ÉTICOS NA DOAÇÃO DE ÓRGÃOS E TECIDOS
Exposição de detalhes
Sabe-se que todo paciente com morte encefálica (lesão irrecuperável do encéfalo que causa interrupção definitiva de todas as atividades cerebrais) é um potencial doador de órgãos. Segundo a Lei nº9434 até 1997 presumia-se que todos os brasileiros eram doadores, mas a criação da Lei nº10211 em 2001 reformulou a conduta dos transplantes e transferiu para os familiares do paciente morto a responsabilidade sobre seus órgãos. No entanto tal mudança não contribuiu para aumentar as taxas de doadores e levou a um impasse cada vez maior por parte dos novos responsáveis pela decisão: a família.
Discussão
Dados divulgados pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) mostram que, entre janeiro e setembro de 2012, cerca de 6 mil pacientes foram diagnosticados com morte cerebral no País. Seus órgãos poderiam salvar a vida de quase 22 mil pessoas que aguardavam na fila de espera. Mas somente pouco mais de 1.800 deles se tornaram doadores.
Os motivos para tal potencial subutilizado são vários: As famílias enfrentam uma série de dilemas éticos na hora de decidir o que fazer com o ente querido recém-perdido. Não bastasse os conflitos gerados no ambiente familiar devido a esta questão, a própria dificuldade em compreender o conceito da morte encefálica contribui para a negação. Esse é um assunto ainda mal compreendido pela maior parte da população: A visão de que os parentes e acompanhantes tem é que apesar da pessoa estar na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), com o cérebro morto, o coração bate e os outros órgãos funcionam, sendo difícil aceitar que o individuo morreu, ainda há esperança que a vida volte para o corpo em cima do leito.
Diante disso o médico tem pouco o que fazer:
Uma vez que, segundo o Capitulo VI do Código de Ética Médica a função do profissional é esclarecer e zelar pela integridade do corpo