Estudante
Alicia Nascimento Aguiar - Agência USP - 29/06/2010
A colheita mecanizada da cana-de-açúcar possibilita duplo ganho ambiental, resultando em menor emissão de gases de efeito estufa e na melhoria da qualidade do solo.
A conclusão é de um estudo realizado por pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ) da USP, em Piracicaba (SP), que acaba de ser publicado na revista científica Global Change Biology Bioenergy.
Balanço de carbono do etanol
Além de destacar a importância de sistemas agrícolas conservacionistas na produção de bioetanol, o trabalho descreve o balanço completo de carbono do etanol de cana-de-açúcar no Brasil.
O estudo enfatiza pontos positivos em relação à agricultura como, por exemplo, ao invés de emitir gás carbônico durante o processo de colheita da cana, retirar esse gás da atmosfera e estocá-lo no solo, ou seja, provocar o sequestro de carbono.
O artigo faz esses balanços e estabelece relações entre a cana colhida manualmente e a cana colhida mecanicamente, enfatizando a produção da cana em si e o seu processamento para a fabricação do etanol.
"Nós trabalhamos de uma forma mais ampla, com o que chamamos de análise de ciclo de vida em relação à sustentabilidade do biocombustível. No caso do etanol, estudamos desde a produção da cana e, eventualmente, alguma mudança de uso da terra que possa ter existido, até a combustão do etanol," ressalta o engenheiro agrônomo Marcelo Valadares Galdos, um dos autores do artigo.
"Existem vários estudos no Brasil que revelam que há uma redução de 60% a 90% de emissões em relação à produção de etanol se comparados à de gasolina", acrescenta o pesquisador.
Porém, um fato muito importante na avaliação do engenheiro agrônomo é que os estudos realizados na Esalq vão além daquilo que já existe publicado, que é justamente o fato de o texto ter um desdobramento no qual é inserido o papel do solo.
"Os estudos que já existem só incluem