Estudante

AZEVEDO, Aluísio. O Mulato. São Paulo: Martins, 1959.
Essa resenha tem como objeto o romance de 1881, de Aluísio de Azevedo (1857-1913), “O Mulato”. Buscando. relacionar a obra, o contexto social e político em que foi produzida e as ideologias difundidas na época. Sendo essa, a primeira obra do autor a registrar críticas políticas e sociais.
Ao autor, é atribuida a inauguração da escola naturalista no Brasil, que se baseava nos princípios positivistas e cientificistas de Augusto Comte (1798-1857).
O livro em questão tem como temática o preconceito racial e apresenta caráter positivista. O segundo se da por meio de analogias entre a vida de seu personagem principal, Raimundo, e os princípios dessa doutrina, atribuindo a este o caráter de representante dessa filosofia política. Como na passagem seguinte:
Raimundo, todo europeu, elegante, com uma roupa de casimira leve adequada ao clima do Maranhão, escandalizando o bairro comercial com o seu chapéu-de-sol coberto de linho claro e forrado de verde pela parte de dentro.
(AZEVEDO, 1959, p.119).
Outra forma, encontrada pelo autor, para explicitar esse caráter, é apresentar, ao longo da trama, situações que nada tem a ver com seu núcleo, não contribuindo para a construção da história do mulato Raimundo.

No Brasil do século XIX, a doutrina de Comte encontrava-se em todos os campos da sociedade, na arte, na política e no racional. Ela influenciou a jovem intelectualidade desse período e, com isso, a produção científica e cultural deles.
Como crítico da sociedade brasileira, o jovem Aluísio de Azevedo (1857-1913) defendia os ideais positivistas como ferramentas para libertação do povo. Criticando, fundamentalmente, o Estado e o clero, caracterizando-os como fomentadores da alienação e do atraso sociais.
Aos olhos do cientificismo positivista do escritor, as instituições tradicionais brasileiras eram, por não condizerem com os valores vigentes na sociedade, arcaicas, e ,ainda, prejudiciais ao povo, uma vez