estudante
No escritório de Carlos Drummond de Andrade encontramos sua velha e companheira pena, que veio nos contar sobre Alguma Poesia feita por seu condutor. Diz a pena que as poesias de Drummond tinham Sete Faces e que não é preciso ser um gênio para lê-la e compreendê–la, basta ter tido uma boa infância. - Eu fui ajudante de Drummond - diz a pena -, trabalhávamos juntos. É claro que a tinta e o papel também estiveram sempre presentes.
A poesia de Drummond emocionou leitores da Europa, França, Bahia, em todo o mundo. Eu vi tudo. O poeta me segurava com a confiança de que suas poesias seriam belas. Eu o inspirei várias vezes e, mesmo quando havia pedras No Meio do Caminho, conseguimos criar boas ideias.
Ele era uma pessoa normal, mesmo morando em uma Rua Diferente. Com o tempo descobriu que gostava de escrever. Tenho impressão que a vida de Carlos Drummond de Andrade foi um grande Poema que Aconteceu, pois desde criança sua vocação era escrever. Sua esperteza fez dele um grande homem, social e culturalmente falando. Esperteza era o que não lhe faltava. Digo isso por conhecê-lo muito bem, afinal eu era sua pena de escrita.
O poeta tinha um Coração Numeroso e eu o via muito com seus vários amigos, indo para Festas no Brejo, de uma Cidadezinha Qualquer. Ele era animado feito uma Quadrilha ambulante. Todos da Família o amavam muito
Eu e Carlos Drummond formamos uma bela dupla. Isso porque tivemos uma boa Iniciação Amorosa. Juntos nos sentíamos como numa balada agitada, sempre sorrindo e felizes. Quando Drummond disse – Quero Me Casar -, pensei que nossa dupla acabaria por ali, sem mais poemas. Pensei que nossa Sociedade fosse acabar, e que havia uma Explicação para isso. Com o casamento viriam filhos, mais trabalho e menos poemas.
Pensei em uma Fuga para a Bahia, mas não tive coragem para fazer isso. Acabei não fugindo. Drummond se casou, mas não nos separamos. Continuamos a bela parceria e com ideias infinitas. O que no passado para Carlos não passava