Estudante
OLIVEIRA, Bernardo Barros Coelho de. A filosofia enquanto crítica literária: o Baudelaire de Benjamim e vice-versa. Alea, São Paulo, v.7, n. 1, p. 37-47, jan-jun. 2005.
Oliveira (2005), em primeiro plano, nos propõe uma análise filosófica da crítica literária na visão Baudelaire-Benjamim. O professor postula argumentos que induzem o interlocutor ao conhecimento reflexivo da obra em questão: ‘’A Paris do Segundo Império em Baudelaire’’. Em seguida, argumenta, baseando-se em determinados fatores topoanalíticos, a possibilidade da descrição psicológica e social do autor. O docente explana a crítica literária como um fator subjetivo, que proporciona autoconhecimento, tanto para o leitor quanto do escritor. Esse postulado é desencadeado a partir do pressuposto filosófico da necessidade de uma existência a priori, uma vez descrito por Benjamim (1985). A ratificação e a estruturação desse argumento é facilmente encontrada nos escritos filosóficos do século XVIII, aos quais predominava a dialética racional e ontológica. Immanuel Kant postula que os conhecimentos são fornecidos também por nossa própria faculdade cognoscível e fruto de impressões, coexistindo, portanto, com os conhecimentos empíricos. O filósofo alemão, assim, descreve a base da crítica literária na visão de Benjamim. E, portanto, descreve também o cerne do pensamento crítico romântico europeu. Segundo o educador, a obra de arte, no caso o escrito, fomenta uma destruição e renascimento através da crítica. Podemos inferir que o exercício crítico nada mais é na visão Benjaminiana, do que um aprendizado que se estrutura em si mesmo. Oliveira (2005) dá o nome si-mesmidade a todo esse processo de aprendizado crítico analítico, que envolve a busca por tal conhecimento, em pressupostos já existentes na própria obra. A relação filosófico-literária pode ser estabelecida, na visão de Benjamim através da recriação do contexto histórico dos textos de Baudelaire, de acordo com o