Estudante
Ivo Martins Cezarivocezar@cnpgc.embrapa.br
1. Introdução
Pastagem degradada se constitui, atualmente, em um dos maiores problemas dos sistemas de produção de bovinos no Brasil Central. Estima-se que 80% dos quase 50 milhões de hectares da área de pastagens na região de Cerrados apresentam algum estádio de degradação (Barcelos, 1996). O tema se tornou prioridade na pesquisa e nas agendas de congressos e encontros técnicos (Macedo, 1995; Barcelos, 1996; Kichel et al., 1997). Além dos impactos negativos na produção, se agravam os efeitos ambientais pela erosão dos solos e assoreamento dos mananciais de água. Falta de capital, por parte dos pecuaristas, e os altos custos de insumos (adubos e corretivos) têm sido indicados como fatores limitantes para a solução do problema. Entretanto, o retorno bioeconômico de investimentos em pastagens depende do sistema de produção em uso, da sua eficiência, do processo de decisão do pecuarista e do mercado, não cabendo "receitas" e generalizações. Por isso, é necessário uma abordagem sistêmica para predizer os impactos resultantes dos investimentos. O tema é complexo e sem querer esgota-lo, esse trabalho tem como objetivo trazer para discussão alguns aspectos a respeito dessa complexidade. Para isso, buscou-se uma abordagem que enfatiza a individualidade dos sistemas produtivos e apresenta resultados com base na simulação de três sistemas de produção de cria recria e engorda, com diferentes graus de intensidade tecnológica e de eficiência. Esse exercício, mostra que utilizando a mesma tecnologia para recuperação de pastagens os sistemas respondem de maneiras diferentes.
2. Processo de tomada de decisão
Investimento em pastagens passa necessariamente pelo processo de tomada de decisão do pecuarista. O processo de tomada de decisão do produtor rural é complexo e quase sempre marcado por múltiplos objetivos, podendo