Estudante de Medicina
O artigo escolhido introduz um assunto sobre as situações angustiantes dos estudantes de medicina durante a sua formação e identifica os fatores originários desse sentimento. Para tal assunto é feita uma observação participante e grupos de discussão num curso de Medicina de uma universidade federal, que é tão almejado pela maioria dos estudantes.
Nas entrevistas observaram que logo no início do curso, no ciclo básico, a grande insatisfação já está presente. Os alunos reclamam da falta da prática e da não associação da teoria básica com as patologias. Nas aulas de anatomia o uso das peças anatômicas, corpo humano sem vida como objeto de estudo, gera mal-estar e angústia a muitos estudantes. Assim como iniciarem o contato com os pacientes sem preparo e o “uso” deles para praticar.
Os alunos de medicina esperam ajudar aqueles que necessitam, mas quando se deparam com um paciente sem possibilidades de reverter o quadro clínico ou outros casos que extrapolam a esfera da medicina, o estudante vê suas ilusões estilhaçadas e onipotentes. E além disso, o aspecto emocional, muitas vezes, é negligenciado em sua formação por se acreditar que, caso se manifestasse, seria prejudicial ao desempenho acadêmico.
O artigo deixa claro portanto, que o alto grau de conflitos presentes no curso em função do convívio constante com a morte, a dor e o sofrimento, a educação médica produz estresse em níveis que podem ser prejudicais ao bem-estar físico e psicológico do estudante. Podendo ser minimizadas com a criação de espaços de discussão nos quais as emoções decorrentes da formação possam ser compartilhadas em disciplinas.