estruturas psíquicas - perversão
A neurose se dá quando a passagem pelo Complexo de Édipo vai bem e produz um recalcamento, que retorna ao simbólico. Na psicose, o simbólico é afetado, então retorna no real. Na perversão, o sujeito aceita a castração, porém desenvolve “toda uma nostalgia sintomática diante da perda sofrida”.
Ao mesmo tempo que o perverso sofre com a angústia da castração, ele se mobiliza para tentar contorná-la. Para lidar com a situação, o perverso se utiliza de dois processos defensivos. O primeiro deles é a fixação, na qual a criança fixa a representação da mulher com pênis de uma forma que persiste no inconsciente, causando assim a homossexualidade. A segunda é a denegação da realidade, que ocorre no fetichismo, na qual o sujeito se recusa a aceitar a ausência do pênis na mãe com o objetivo de neutralizar a angústia da castração e substitui esse objeto faltante com um objeto da realidade que passa a encarnar o falo.
A infância é caracterizada por episódios de perversão polimorfa, todas de origem pré-genital. O que faz a perversão se tornar uma estrutura é a presença faltante do Nome do Pai e uma cumplicidade libidinal da mãe. Uma figura materna que seduz a criança, chegando a ultrapassar o erógeno, combinada com um pai emudecido, que aceita toda a ação materna, resultam em perversão.
A criança não sai sozinha da célula narcísica, e com uma figura paterna falha, o perverso não internaliza a lei. Desse modo, o sujeito recusa que a lei do seu desejo seja submetida à lei do desejo do outro, o que faz com que a castração entre apenas parcialmente no seu psiquismo. Ele denega a lei do pai como mediadora do desejo, assim “a dinâmica desejante