Estruturas Eclesiásticas na Idade Média
Livro: Idade Média – Nascimento do Ocidente – Hilário Franco Júnior
A partir do séc IV a igreja começa a se aproveitar de uma articulação que fazia ao contestar aspectos da civilização romana (aproximando-se dos germanos) e preservando outros da romanidade (mantendo-se parte do império romano). A igreja era o ponto de encontro desses povos. Com isso criou-se um cenário que possibilitou o reconhecimento do cristianismo como religião oficial e sendo reconhecida como estado. Tornou-se então herdeira direta do Império Romano. Passou assim a construir sua hierarquia através da execução de seus deveres, atribuídos pela divindade conforme pregava seu livro sagrado, a bíblia. O clero então se formava pela transferência desse poder extra-humano que lhe era conferido, distanciando-se hierarquicamente dos homens comuns (reconhecidos como leigos neste contexto). As condições para o acesso a função eram indefinidas. A igreja vivia de doações e aceitava homens comprometidos (lei que mudou ainda no sec. IV) e suas funções foram diferenciadas das funções socias possibilitando alguns privilégios como a isenção de impostos, por exemplo.
A construção de uma hierarquia foi fundamentada pelo dogma da existência de um só deus, uma só igreja e uma só fé. Desta maneira a manutenção dos dogmas era feita através dos combates que a igreja promovia às heresias (desvios dogmáticos) muito em função de um sincretismo promovido pela própria igreja que reunia elementos de várias crenças da época. Esses combates se faziam primordialmente através dos sínodos (reuniões eclesiásticas) que se enfraqueceram com os conflitos provocados pela questão ariana. A partir desse enfraquecimento a igreja, diante da necessidade de um poder acima de todos, adota uma monarquia como a que Cristo exerce sobre o Universo e o bispo de Roma se coloca como a maior autoridade da igreja, o papa. O imperador o apoiava e outros apoios indiretos, como o prestígio