ESTRUTURA TEÓRICA VOLTADA PARA AVALIAÇÃO DE EMPRESAS NA CONCEPÇÃO DO EVA – VALOR ECONÔMICO AGREGADO.
Francisco A. Filho
A estrutura teórica utilizada para avaliar o desempenho das empresas, concernentes à criação ou destruição do valor econômico por parte das companhias, remonta ao modelo de lucro econômico definido por Marshall (1890, p.142), quando assinala que: “o que resta de seus lucros [do proprietário ou administrador], após a dedução dos juros sobre seu capital à taxa em vigor, pode ser considerado como sua remuneração pela realização da administração”. Assim, Marshall foi o primeiro a conceituar o lucro residual, definindo-o como economic profit. O lucro residual consiste em ganhos líquidos auferidos após a dedução dos juros sobre o capital empregado a uma taxa corrente. Para Marshall, o valor criado por uma companhia deve contemplar, além dos custos explícitos, o custo de oportunidade do capital empregado.
O conceito EVA (Economic ValueAdded ou Valor Econômico Agregado) definido como sendo o lucro operacional após o pagamento de imposto menos o encargo de capital, foi desenvolvido por Stern e Stewart, durante a década de 80, a partir do conceito de lucro econômico ou lucro residual (Residual Income). O livro The Quest of Value, principal instrumento de divulgação do EVA, evidencia o seu cálculo e as suas aplicações práticas. Apesar de ter sido desenvolvido pela empresa de consultoria Stern Stewar Company, a sua concepção pertence ao economista Marshall.
Wessels (1998) resume a diferença entre o lucro econômico e o contábil. Na concepção de Wessels, o lucro econômico é o valor que ultrapassa os custos explícitos pagos pela aquisição de insumos e de custos implícitos, obtido pelos proprietários, caso tivesse investido na melhor alternativa. A contabilidade considera somente os custos explícitos registrados. Verifica-se assim, que o lucro econômico é mensurado pela valorização, agregando a riqueza líquida, o que corresponde ao valor presente dos fluxos