Estrutura ou sentimento: a relação com o animal da Amazônia - Philippe Descola
O antropólogo francês, Philippe Descola, no presente artigo, analisa a interação social entre algumas tribos que estudou e observou na Amazônia. Além de traçar um paralelo com a nossa sociedade, ele desenvolve três eixos principais de análise: ontológico, social e cosmológico, apresentando as crenças destes povos e mostrando como tais eixos relacionam-se com o meio cultural de cada uma destas tribos, trazendo também a visão de como cada grupo em questão vê a si mesmo e a outros grupos nao humanos. Inicialmente, Descola explica a mudanca da visão do homem sobre a violencia contra os animais, que diminuiu significativamente devido a sua compaixão por estes. Ele explica que esta diminuição se justificaria pelo fato de o ser humano ter estabelecido simpatia pelos animais, ligada a tradicoes culturais nacionais, onde o sofrimento desnecessario e ilegitimo. Explica também, que ha um sentimento de responsabilidade e zelo por todos os seres pertencentes ao mesmo meio ambiente, o planeta terra.
Essas manifestaçoes de simpatia seriam determinadas por uma escala de valor, que determina a posição de cada animal com base no seu grau de aproximação com o homem e seria determinado por características morfológicas, cognitivas, fisiologicas, capacidades intencionais e de sentir emoçoes. Essa capacidade de identificação com seres nao humanos é chamada de antropocentrismo. (não sei se inicia parágrafo msm)
Descola cita também os conflitos entre os povos indigenas e movimentos ecológicos. Por analisarem o ato da caça atraves da ótica de uma sociedade, onde jurisdiçoes de igualdade aplicadas aos animais acabam por aplicar-se tambem aos animais, terminam por ignorar a otica naturalista, onde o meio é autônomo e tem predominância, a lei da sobrevivencia. Mas ressalta que muitas organizaçoes ecologicas veem estes povos como seres de convivencia harmoniosa com a natureza,