Estrutura Mórfica do vocábulo português morfemas nominais de número
1. Gênero
O morfema de gênero é uma categoria gramatical que divide os nomes substantivos em masculinos e femininos. Para Matthews (1974), o “status” morfológico do gênero substantivo é lexical, isto é, evidenciado no léxico e no dicionário, e não flexional. A inerência do gênero é uma característica tanto do nome substantivo primitivo quanto do derivado.
2. Número
O morfema {singular} é denominado morfema zero por não apresentar um morfe correspondente, distinguindo-se, portanto, do morfema {plural} justamente por essa ausência de marca morfológica.
Palavra
Morfe
Morfema
Rosa
-Ø
{Singular}
Rosas-
-s
{Plural}
Mar
-Ø
{Singular}
Mares-
-es
{Plural}
Rapaz
Ø
{Singular}
Rapazes-
-es
{Plural}
Considere alomorfes apresentados fonologicamente /s/ ~ /is/.
Marajá
Marajás
Armazém
Armazéns
Juriti
Juritis
Maçã
Maçãs
Atum
Atuns
Tatu
Tatus
Mae
Mães
Rei
Reis
Cipó
Cipós
Picolé
Picolés
Bolo
Bolos
Jardim
Jardins
Identificamos do sufixo flexional –s (/s/), alomorfe do morfema {plural} que ocorre após vocábulos terminados em fonemas vocálicos (vogal ou semivogal).
Regra 1: X (voc) + {plural} X (voc) + /S/
Onde X (voc) quer dizer “qualquer item lexical X terminado em segmento vocálico”.
Analisemos o grupo de dados B:
B1
B2
B3
Dólar – dólares
Animal – animais
Limão – limões
Reitor – reitores
Carnaval – carnavais
Campeão – campeões
País – países
Papel – papeis
Espião – espiões
Mês – meses
Funil – finis
Leão – leões
Rapaz – rapazes
Azul – azuis
Talão – talões
Aqui identificamos o sufixo flexional, escrito –es ou –is, fonologicamente /is/, alomorfe do morfema {plural}.
Em B1 e B2, o alomorfe /is/ ocorre após consoante. Em B2, estamos considerando /l/ funcionalmente como fonema consonantal. É interessante observar que, apesar da semelhança fonética, pares como mau / mal recebem alomorfes distintos de {plural}:
Mau maus Mal males
Importa notar que, no momento da