Estrutura de capitais comparada: brasil e mercados emergentes
O foco do artigo é o exame de determinantes da estrutura de capital de forma conjunta para vários países emergentes. Em primeiro lugar serão discutidos os estudos mais antigos, que consideram a década de 19890. A seguir, os estudos de períodos mais recentes. A análise da influência do país de origem e do setor de atividade, além dos fatores referentes à firma, é central.
Estudo da Década de 80
Alguns estudos seminais, pioneiros em apresentar elementos sobre o padrão de financiamento das empresas em mercados emergentes na década de 1980. Entre eles estão os de Singh(1994), Glen e Pinto (1994) e Booth, Aivazian, Demirguç-Kunt e Maksimovic (2001). Esses estudos mostram as empresas brasileiras usando lucros mais retidos do que o capital de terceiros de longo prazo. Alguns dos estudos apressam em concluir que as empresas brasileiras usavam mais o capital próprio do que o capital de terceiros, o que é correto, desde que ressalve que o uso de capital próprio obtido por meio de emissão de ações não era tão comum.
Booth e outros (2001) analisam as decisões de financiamento diferentes entre os países desenvolvidos e emergentes, se os determinantes da estrutura de capital ao nível da firma são os mesmos nesses dois grupos de países e se a influência desses determinantes é reforçada mediante o uso de fatores relativos ao país. Essa amostra concentra-se no máximo 100 empresas de maior porte, apresentado um viés em favor das empresas maiores, assim geram conclusões que podem não ser generalizadas para as empresas de menor porte. Os autores analisam o comportamento do endividamento total e de longo prazo. O interesse maior deste artigo é o passivo de longo prazo. O Brasil fica entre os países baixo endividamento, sendo que no período de inflação elevada, o nível de endividamento das empresas brasileiras era bem menor do que observado em algumas economias emergentes de tamanho comprável. O nível de endividamento