Estresse Policial
Não é difícil constatarmos que o trabalho policial é uma das profissões mais estressantes que existem. Além de sua própria natureza, os baixos salários e as inadequadas condições de trabalho colaboram para este quadro. É absolutamente comum encontrarmos nas delegacias de polícia funcionários que sofrem de depressão, síndrome do pânico crises de ansiedade aguda e transtorno bipolar. Acredito que na Polícia Militar a realidade não seja diferente.
Outros policiais, apesar de todos os sintomas de transtornos psiquiátricos, desconhecem serem portadores de algum distúrbio. Acreditam ser apenas cansaço, desânimo ou estresse. Outros, mesmo sabendo que estão doentes, recusam-se a procurar um psicólogo temendo ser vítima de piadas dos próprios colegas ou chefia - como se o servidor estivesse usando uma desculpa para não trabalhar. Ainda, há aqueles que se recusam a afastar-se do serviço devido ao salário, que poderá ser reduzido em até um terço, devido às famigeradas “horas extras”.
Em 2008, o deputado federal Dr. Talmir (PV-SP) apresentou o Projeto de Lei n. 3405/08, o qual estabelece a obrigatoriedade do Estado em oferecer exames psicológicos periódicos em policiais e agentes penitenciários. O projeto, apresentado naquele ano, até hoje se arrasta na Câmara dos Deputados.
É necessária uma atenção especial sobre este tipo de caso, ainda mais considerando o perigo que traz a todos – sociedade e ao próprio policial – a partir do momento em que um indivíduo doente porta arma de fogo.