Estrela dalva
A estrela Dalva é sim o planeta Vênus. É o segundo planeta, a Terra é o terceiro. Mais veloz na translação e cumprindo uma órbita mais curta, Dalva - vamos chamar assim - é fortuita e inalcançável - embora muito cobiçada. Dalva jamais se expõe no alto do céu, jamais se mistura à multidão de estrelas. Dalva é exuberante demais para estar entre a maioria. Caprichosa, jamais divide o palco com a Lua cheia. Quando surge toma o papel que lhe cabe: a concubina do Sol.
Dalva passa entre a Terra e o Sol. É o que lhe confere o direito a um capricho: quando aparece, acompanha o Sol que se recolhe ou abre-lhe as cortinas do quarto ao amanhecer. Essa é a Dalva.
Já o planeta Vênus é uma estufa sufocante, cinza. Se alguém quer ter uma ideia do que é um efeito estufa, pesquise Vênus. Talvez naquela alcova pegajosa um aminoácido vagabundo esteja copulando com uma molécula de aminoácido e o que isso pode acarretar temos uma ligeira ideia. Outro dia li algo sobre a vida "ter sido" em Marte, "estar sendo na Terra" e "vir a ser" em Vênus.
Sirius é um gigante que nos perscruta. Está além do tempo. A nossa civilização só conseguiu povoar o planeta porque Sirius está apenas observando há 200 milhões de anos. Mas o equilíbrio com Aldearam e, sobretudo, com Antares, está chegando ao fim. E este desequilíbrio trará consequências terríveis. As pessoas se tornarão cruéis, materialistas e não haverá mais quem tenha a sensibilidade de se apresentar como Sweet