ESTRATÉGIAS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
Nélio Parra
(Extraído de “Psicologia e Ensino”, Wilma Penteado (org), Ed Papelivros1980).
O ensina atual assemelha-se, em muitos aspectos, a um grande mercado onde os vendedores apregoam suas mercadorias, tentando, por todos os meios, vendê-la ao público. Uma pessoa não muito acostumada a mercados pode chegar em casa com uma série de produtos de que não precisava e que, provavelmente, nunca utilizará, ou com produtos cujos resultados poderão ser opostos aos esperados.
Em uma banca, um vendedor proclama os milagrosos efeitos dos "objetivos comportamentais"; um outro defende que apenas os “objetivos expressivos" podem resolver os problemas do sino, além outro discorre a um provável comprador, sobre as inúmeras vantagens da "instrução individualizada"; mas, logo em seguida, um concorrente advoga que o "trabalho em equipe" beneficia a ensino. E assim, de banca em banca, os mais variados artigos são apregoados: filmes educativos, instrução programada, avaliação formativa, avaliação formativa e somativa, aulas expositivas, etc, etc, numa "babel" que confunde e enerva os novos consumidores. E a confusão e a dúvida aumentam quando se verifica que todos esses produtos vêm acompanhados de resultados de pesquisa que comprovam sua validade.
Como se pode, nesse riquíssimo supermercado educacional, selecionar os amigos que possam, efetivamente, beneficiar o processo de ensino-aprendizagem? Como se pode fazer do professor um "consumidor consciente", para que não seja presa fácil das sereias que, em suaves prestações, querem impingir-lhe suas mercadorias?
Qualquer tomada de decisão quanto ao ensino depende, a nosso ver, de uma concepção do que vem a ser educação, de suas metas, de seus propósitos. Para um professor não é suficiente saber, apenas, o que ensinar e como fazê-lo, mas também, e principalmente, o porquê ensinar.
Os resultados de pesquisas que acompanham quase todas as inovações de ensino informam como é o ensino; mas não podem