Estratégias administrativas ibm
Nos anos idos de 1982, a Internacional Business Machines Corporation, IBM, figurava como uma das mais bem sucedidas organizações do mundo na famosa pesquisa de Peters e Waterman. Contudo, em 1994, a situação era completamente diferente: a IBM anunciou uma redução de 25.000 pessoas na sua força de trabalho, marcando uma nova era difícil nos negócios americanos. O corte de pessoal fazia parte de um programa de enxugamento (downsizing) da Big Blue, como ela é chamada nos Estados Unidos. Pela primeira vez em 78 anos da sua história, a maior empresa de computadores do mundo viu-se forçada a abandonar a sua velha política de não demitir pessoal. Pouco antes, em 1992, a IBM havia provocado um verdadeiro estardalhaço ao anunciar um prejuízo de cinco biliões de dólares - a maior perda jamais reportada por uma corporação americana.
Durante os oito anos com John Ackers como presidente mundial, a IBM colocara-se como a empresa mais lucrativa do mundo, competindo com a General Motors, Sears, American Express e outras grandes geradoras de lucros. Mas a súbita queda provocou uma cruel dúvida: onde estaria o erro? Como a IBM chegara a essa calamitosa situação? A resposta é simples: a grande corporação americana tornou-se uma empresa complacente e acomodada. Apesar de se concentrar nos planos futuros e nas inovações tecnológicas, a IBM deitou-se sobre os seus sucessos do passado e teimou em manter-se predominantemente no negócio de mainframes - os computadores de grande porte - que constituíam mais da metade da sua facturação. Enquanto isso, os seus concorrentes ofereciam microcomputadores, correndo mais rápido com produtos que iam ao encontro das preferências do mercado e dos clientes. A IBM introverteu-se o acabou abrindo espaço para companhias mais ágeis como Microsoft, Apple, Compaq, que não existiam alguns anos antes. Esses rivais menores e mais céleres lançaram no mercado microcomputadores e estações de trabalho (workstations) mais poderosas e baratas, que