Estratégia do Mar
“…Portugal encontra-se na periferia da Europa, mas está no centro do mundo…
Possuímos uma vasta linha de costa, beneficiamos da maior zona económica exclusiva da União Europeia. Poderemos ser uma porta por onde a Europa se abre ao Atlântico, se soubermos aproveitar as potencialidades desse imenso mar que se estende diante dos nossos olhos, mas que teimamos em não ver.
Como pode um país, projetado sobre o Oceano Atlântico, na encruzilhada de três continentes, ver-se a si próprio como periférico?
Para além das especificidades da nossa geografia, temos a História. Num só século, revelámos à Europa dois terços do planeta, percorrendo as costas de todos os continentes. Pusemos em contacto muitos dos povos do mundo e criámos uma língua universal. Por causa disso, Portugal continua a projetar no exterior a imagem de marca de país marítimo.
Que justificação pode existir para que um país que dispõe de tão formidável recurso natural, como é o mar, não o explore em todas as suas vertentes, como o fazem os outros países costeiros da Europa?..."
Silva, Aníbal Cavaco, Abril de 2010
Portugal foi indiscutivelmente pioneiro universal da exploração marítima, ao descobrir a rota Atlântico-Índico. Mas talvez o mais importante da sua obra tenha sido a descoberta do valor do poder marítimo oceânico nos seus aspetos multiplicadores nos domínios da economia e da defesa e também do valor da cultura, sem o que não teria sido possível a um país da sua limitada dimensão geográfica e demográfica ter sido fundador do primeiro império oceânico da história. Assim, um dos principais objetivos deste trabalho é o de mostrar a importância vital que o mar tem para os êxitos de Portugal. Nomeadamente ao nível da formação da sua identidade e para a proeza da consecução da sua individualidade enquanto País. Portugal tem agora a vencer um novo desafio, o da sua afirmação na Europa, talvez o virar de página mais decisivo da sua história. Para o que se torna indispensável que os