Estivadores
O capítulo sétimo do volume intitulado, 'Valentia e Cultura do Trabalho na Estiva de Santos', da coleção Culturas e Classes, trata-se da história de luta travada pelos trabalhadores portuários do cais de Santos, ocorrido num período espacial de aproximadamente 25 anos, em que buscavam a auto-afirmação de suas identidades profissionais. Os estivadores utilizaram sabiamente do emprego da valentia, virilidade, da articulação, da corrupção e de homicídios fazendo uso da força para dar celeridade aos trabalhos no cais, impor melhores condições e o seu reconhecimento no mercado de trabalho. Estes bravos guerreiros, buscaram incessantemente a criação, a manutenção e o estabelecimento de um sindicato forte, que verdadeiramente pudesse representá-los e lutar pelos reais direitos da classe em detrimento dos trabalhadores estrangeiros, portugueses, que eram maioria até o início da terceira década do século XX. "No início da década de 1930, o setor não era mais ocupado majoritariamente por Portugueses, mas por brasileiros...". A narrativa dos fatos, nos remete ao caminho percorrido pelos estivadores do porto de Santos, do princípio do século XX até metade da década de quarenta, quando iniciou-se uma verdadeira via crucis de luta que envolveu todo um processo de articulação para a construção e afirmação da identidade profissional desta categoria a partir da criação de um sindicato independente e forte que pudesse defender a classe, garantir a manutenção e a estabilidade no emprego, visto que ' Os Guerreiros do Cais', como os estivadores do cais do porto de Santos ficaram conhecidos, eram destemidos pela sua bravura, valentia, determinação, capacidade de superação dos obstáculos e pela luta constante contra o seu principal oponente, a Companhia Docas de Santos, empresa privada que ganhou a concessão pública para operar no cais do porto de Santos. Ela detinha o monopólio de todas as operações de carga e de