Estimativas preliminares do mercado informal e mão-de-obra disponível em piracicaba-sp, 2005
Autores Daniela Sacheto da Silva Clayton Daniel Masquietto Valdir Iusif Dainez
Orientador Francisco Constantino Crocomo
1. Introdução Durante os anos 80 do século XX muito embora a economia brasileira tenha sido submetida a um profundo ajustamento interno para fazer frente as novas condições da economia internacional, principalmente, após 1979, não houve um impacto mais profundo sobre o mercado de trabalho. Portanto, mesmo que o desemprego tenha crescido e, em especial, que tenha surgido, pela primeira vez como fenômeno importante no Brasil, o desemprego aberto urbano, não houve uma desestruturação do mercado de trabalho, ou seja, não houve um crescimento muito grande do trabalho precário e da informalidade no país.
Porém, num mercado de trabalho marcado por profunda heterogeneidade, extrema flexibilidade e elevada assimetria de poder, a forma como se deu a reorientação da política econômica nos anos 1990, não poderia deixar de ter efeitos perversos sobre o mercado de trabalho. Por um lado, houve um aumento assustador das taxas de desemprego e de precarização dos postos de trabalho, o que, em face da insuficiente estrutura de seguridade social existente, torna-se insuportável e perverso para os trabalhadores.
No mercado de trabalho brasileiro, a partir de 1990, houve uma elevação no trabalho informal, sendo esta associada mais a um componente estrutural do que cíclico, isto é, tendo ligação direta com a expansão do setor de serviços e a contração da industria de transformação (ULYSSEA, 2005).
Segundo o estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, intitulado "Estado de uma Nação: Instituições Trabalhistas e Desempenho do Mercado de Trabalho no Brasil", o país se apresentava em 2004 como uma das nações com maior grau de informalidade, com seus rendimentos representando 37% do Produto Interno Bruto. Em 2004 o número de trabalhadores sem carteira de