Estetica no carnaval
Estetica e Comunicação
A corrida desenfreada pela beleza rumo ao Carnaval
Algo que chama atenção nos dias atuais é a questão da cultura da estética corporal. Presente em grande parte dos discursos midiáticos, a ideia de estética corporal vem sendo disseminada como um propósito bastante claro: promover a consciência de que o consumo em excesso de produtos prejudiciais a saúde e também o sedentarismo podem nos levar a problemas graves ligados a nossa saúde futura. Excluindo os exageros por parte destes discursos, é claro que a utilização consciente de exercícios e também interferências cirúrgicas e extremas deve ser levada em conta quando se projeta nossa beleza aliada á saúde.
Por outro lado, a ideia de consumo excessivo pode ser discutida pelo apontamento de algumas características da construção do próprio imaginário do homem através dos tempos. A ideia de exceder os limites é parte indissociável de nossa natureza. E tal característica pode ser vista, por exemplo, em um dos rituais mais antigos da humanidade: os festejos carnavalescos. Esta festa profana, desde as festas agrárias do antigo Egito está associada à existência do sagrado. Esta questão vai se aprofundar na Idade Média quando a igreja cristã opõe o sagrado e o profano. Este dualismo, de forma atualizada, parece estar presente em parte da cultura da estética corporal. Discutiremos isto adiante.
O carnaval, uma “invenção” da idade média, era um período de excessos, um tempo dedicado à transgressão das normas cotidianas, uma vez que é na idade média propriamente dita que nasce o “carnelevare”.
A questão das diferenças em relação ao cotidiano é importante quando se percebe que o universo do carnaval se constrói pela oposição ao mesmo. Assim, identifica-se como denominador comum para as ideias sobre o que venha a ser o carnaval o fato de que o processo carnavalesco se constrói pela utilização de diversos meios: alegorias, comportamentos que pervertem os papéis